quinta-feira, março 24, 2005

Plantão do sábado

Doze horas de plantão valem por vinte e quatro quando você tem que ver todos os pacientes internados e mais os da emergência. A moça que tentou suicídio e fraturou a perna estava bem, não teve nenhuma crise convulsiva. Dei alta a um rapaz que tirou o fixador externo do fêmur, após uma fratura num acidente de carro. A senhora de 99 anos com fratura de fêmur, está diabética. O paciente com ascite devido a cirrose hepática, drenou parte do líquido do abdome e está respirando melhor. Deve ter alta no domingo.
A senhora do pé diabético veio para o curativo diário e a cicatrização vai bem. Cobrei que fizesse a antitetânica que prescrevi. Aquela senhora de 92 anos que cortou as pernas apareceu. Está tratando de uma infecção no local. A pele, muito frágil, não deu pra cobrir toda a ferida.
Quem voltou foi o menininho da pneumonia de repetição. Fez antibiótico até o dia anterior. No dia seguinte reapresentou febre. Dessa vez, encaminhei-o para o serviço de referência de pediatria do estado, que atende tanto SUS quanto o plano de saúde. Se a Ideal implicar, ele terá o mesmo atendimento, sem pagar por isso.
A mãe de uma moça que atendi no último sábado veio me agradecer. Encaminhei-a com suspeita de meningite. A mãe estava trabalhando e eu disse que largasse tudo, pois a vida da filha era mais importante. ERA meningite viral e a garota ainda estava internada, mas passava bem.
Uma viúva de 70 anos veio trazida pelo filho. Desde que o marido morreu, há três meses, não tem ânimo pra nada. Foram casados por 56 anos. Como se escreve um diagnóstico de coração partido?
Um garoto de nove anos, com a mão cortada por azulejo, foi o espetáculo do dia. Foram necessárias quatro pessoas para segurá-lo, mas a sutura foi feita.
A bronca do plantão foi dada a uma paciente recorrente com alergia. Ela sempre chega quase sem respirar e sempre porque comeu alguma coisa que não deve. E tem uma lista dos alérgenos a que é sensível, MAS NUNCA LEU.

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