sexta-feira, março 11, 2005

Cura da diabetes?

Do Jornal Hoje

O Brasil comemora os bons resultados do transplante de células-tronco no tratamento do diabetes. A técnica foi desenvolvida há pouco tempo, mas os primeiro resultados são animadores.

Na última quarta-feira o Jornal Hojenoticiou que cientistas ingleses anunciaram o primeiro caso de cura de diabetes por transplante de células do pâncreas.
Aqui no Brasil, os médicos dizem que ainda é cedo pra falar em cura, mas quase todos os pacientes submetidos ao tratamento já estão livres das injeções de insulina.

O Hospital das Clínicas da USP em Ribeirão Preto começou a fazer o tratamento para combater o diabetes tipo 1 em 2003 e a técnica utilizada é muito simples.

As células-tronco são retiradas do sangue do próprio paciente, que é submetido a quimioterapia, que destrói o sistema imunológico.

Em seguida, as células-tronco são devolvidas para o paciente, como se fosse uma simples transfusão de sangue.

Em 10 dias o organismo já começa a produzir um novo sistema de defesa. As células do pâncreas agora são novas e funcionam normalmente.

Já na Inglaterra os médicos usam células do pâncreas de doadores mortos..

“Eles fazem uma terapia de reconstituição do pâncreas que perdeu a capacidade de produzir insulina. No nosso caso, o tratamento é dirigido ao sistema imune que está agredindo o pâncreas. Nós estamos tratando mais a causa da doença e eles mais a conseqüência”, disse Júlio Voltarelli, pesquisador da USP.

Em dois anos cinco pessoas foram submetidas ao auto-transplante para o tratamento de diabetes tipo 1.

Elas foram selecionadas porque estavam na fase inicial da doença, o que é decisivo para o sucesso do tratamento. Dos cinco pacientes, quatro não usam mais insulina.

O enfermeiro André Ricardo tomava duas dodes diárias de insulina. Há um ano fez o transplante e agora leva uma vida normal.

“ Me sinto totalmente curado. Nada de insulina! Se Deus quiser, vai ser pra sempre!”, disse André.

O SUS já autorizou o procedimento, mais sete pessoas devem fazer o auto-transplante em Ribeirão Preto este ano.

Mesmo com os resultados favoráveis, os cientistas preferem cautela antes de anunciar a cura da doença.

“Signfica apenas que o tratamento que a gente fez produz uma resposta clínica importante, mas nós não temos idéia da duração dessa resposta, por quanto tempo ela vai ser mantida”, completa o pesquisador Júlio Voltarelli.

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