Médicos dos Flandres são favoráveis a dar fim à vida de crianças terminais
07/04/2005 - 22h43m
Reuters
LONDRES - Muitos pediatras na região dos Flandres, na Bélgica, apóiam e gostariam de permitir que crianças e bebês gravemente doentes tenham sua vida encerrada. A pesquisa realizada com 121 médicos e publicada na edição desta sexta-feira do jornal "The Lancet" revelou que três entre quatro médicos gostariam de tomar uma atitude quando tivessem certeza de que a criança morreria. Alguns dizem já ter feito isso.
- Quanto não há chance de um resultado positivo, então muitos pediatras tomam a decisão de encerrar a vida - disse o Professor Yvan Vandenplas, da Universidade Vrije em Bruxelas.
Ele e colegas enviaram questionários aos médicos encarregados da saúde de 292 bebês que morreram durante seu primeiro ano de vida, entre agosto de 1999 e julho de 2000, nos Flandres. Dos 121 médicos que participaram da pesquisa, três entre quatro disseram que gostariam de dar um fim ao sofrimento da criança.
Em 143 casos, ou 57%, uma decisão para por fim à vida da criança foi tomada. As ações envolviam a suspensão do tratamento, medicação de drogas para aliviar a dor em doses que podem reduzir a vida da criança ou dar uma dose letal de um tratamento.
Vandenplas não sabe o quão comum é a prática, mas um estudo realizado na Holanda e também publicado na "The Lancet" mostrou resultados semelhantes. A maioria das decisões de dar fim à vida tomada por médicos holandeses está relacionada à suspensão do tratamento.
- Mais de 70% das decisões foram tomadas porque as crianças não tinham chances de sobrevivência - disse Astrid Vrakking, do Centro Médico da Universidade de Rotterdã, que conduziu a pesquisa.
O número de ações para dar fim à vida das crianças na Holanda, entre 1995 a 2001, foi similar aos resultados de um estudo feito antes de 1995.
Vandenplas afirmou que as mesmas atitudes ocorrem em toda a Europa:
- Acho que ocorre o mesmo na Grã-Bretanha, França e Alemanha, mas ainda não temos dados coletados. Espero que os resultados dêem margem a discussões e ao desenvolvimento de padrões para que tudo seja feito seguindo uma mesma linha em vários países.
Vandenplas acrescentou que a maior parte das ações tomada por pediatras era realizadas após conversas com pais e com a equipe médica.
domingo, abril 10, 2005
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