quinta-feira, março 18, 2004

08.03.04

Merda de Dia da Mulher. Desisti do posto. Armei o maior escândalo. Disse que não botava mais meus pés por lá. Briguei com os funcionários E a comunidade. Estou no fundo de tudo. E Já havia tomad2 mg de rivotril antes de sair. Agora, já não sei quantos tomei, uns quatro, pelo menos. Vou procurar um município com PITS, daqueles bem pequenininhos.

O engraçado e que ontem eu passei o dia bolando coisas pro posto, comprei um reloginho, um porta-lápis, porta-paleta. Só não comprei paz de espírito. Está sempre em falta.

Vou terminar de devorar a despensa. Estou vendo ‘Um grande garoto”, porque voltei todo o caminho do posto até em casa cantando essa música. Estou morrendo aos poucos. Deixem-me morrer, por favor.

Como já entreguei até a carta de demissão semana passada, não preciso escrever outra. Já conheço o discurso completo de papai, a conversa meiga das gerentes-descobri que não consigo cumprir as promessas que faço e, como detesto gente sem palavra, devo me detestar também- até o silêncio do resto da família, ou indiferença, é habitual. A única fama que tenho aqui é a de encrenqueira. Mas antes de ir, vou à Secretaria de Saúde mostrar o trabalho que iniciei. Mostrar serviço é bom, principalmente com uma reputação tão manchada.

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